30 março, 2007

Os "Cabeções" Insípidos

A teologia é uma ferramenta fundamental para a construção de pensamentos harmônicos entre o homem e Deus. Entretanto, é preciso muita atenção na linha tênue que a separa da única razão de estudá-la que é Deus; embora seja um ramo de estudo sobre Ele.

Esta linha eu considero a nossa fé e contínua devoção ao sacrifício vicário de Jesus.
Uma teologia sem cruz, (quando falo de cruz, me refiro a Grande obra de Rendeção através de Cristo Jesus na cruz do calvário) é derrotista e fadada ao fracasso.
É como uma comida sem sal.

O planeta sem sol.

O mar sem ondas.

A terra sem oxigênio.


Os "cabeções" da teologia, correm um sério risco de afastar suas teologias do centro da história humana: que é Jesus.
Quando se faz teologia pensando em si mesmo, na sua posição teológica partidária, é como defender teses em forma de axiomas sem a essência da verdade. Em outras palavras; torna-se uma teologia ôca, vazia e caótica.


Teologia sem cruz e sem o autêntico Jesus, é uma via sem norte e desestruturada.
É ciência por ciência, que é igual a ceticismo.


Se você é fã da teologia (sem cruz), bem vindo ao mundo dos "cabeções insípidos".

25 março, 2007

O Perigo de se Sentir 'Dono'

É gente...não tem sido fácil acompanhar o rítmo aqui no Blog. Mas estou de volta...espero retomar o embalo, e nem que seja com posts curtos, vou tentar ser mais assíduo e constante.
Bom, indo logo ao assunto, hoje quero falar sobre o risco de nos sentirmos "donos":
Donos da verdade;
Donos da Sabedoria;
Donos do certo e do errado;
Donos do Conhecimento;
Donos do destino;
Donos das pessoas;
Donos da teologia;
Donos da Bíblia;
Donos de Deus.
Lamentavelmente percebemos esta realidade nos rondando o tempo todo. Ela está representada no próprio ser humano carente da Graça de Deus.
O mundo caminha para um caos cada vez maior. O pecado consome a humanidade, devastando-a para o abismo do desamor, e do consequente descompromisso com o TODO PODEROSO CRIADOR.
Corremos o risco de sermos consumidos por essa corrente de pensamento na qual o homem é o centro de tudo. O antropocentrismo nunca esteve tão em voga como no atual século.
O reflexo deste quadro parte do seio das familias (?) que diga-se de passagem, estão cada vez mais fora de moda, pelo crescente número de divórcios e separação entre pais e filhos; desembocando na igreja e sociedade, e atingindo em cheio a educação das gerações futuras.
Professores que por conviver tanto com o conhecimento e a informação, caem na tentação de se acharem detentores delas. Por conseguinte, deturpam, mutilam e esvaziam o verdadeiro sentido da vida e seus valores intrínsecos.
O triste disso, é que nos nossos seminários teológicos é o que mais vemos e sentimos. Claro que isso vale também para todas esferas da educação em geral.

O Resultado disso tudo, é a geração de homens que cada vez mais se sentem 'donos do mundo'.

19 março, 2007

Não quero ser o tipo "politicamente correto"


Tenho estado em refexão nesses últimos dias. Foi até um dos motivos pelos quais me fizeram demorar publicar novos posts aqui. Quero inclusive aproveitar e pedir desculpas a todos os leitores deste blog; mas sabe como é - naquela correria acadêmica, correndo contra o tempo no desenvolvimento do meu TCC, e ainda tendo que conciliar com uma infinidades coisas no ministério, por aí vocês imaginam....
Mas o fato é que tenho refletido a respeito do tipo 'politicamente correto'. E afinal de contas, que tipo é esse?
Bom, no meio social moderno, ou como alguns diriam - pós-moderno, hodierno, ou como você queira chamar; percebemos este tipo de... vamos chamá-lo de "fenômeno social": o 'politicamente correto'. No entanto, o termo deriva-se da política, o que na raiz etimológica da palavra é originada do grego politikê, que quer dizer (ciência) dos negócios do Estado ou mesmo administração pública. O que significativamente não tem quase nada a ver com o sentido do 'politicamente correto'; talvez por um óculos semântico enxergaríamos uma outra conotação. Isso provavelmente tenha a ver mais com o sentido da palavra 'politicagem', que na acepção da palavra já ganha uma conotação diferente, quando esta se ralaciona segundo o dicionário Houaiss com a política de interesses pessoais de troca de favores ou de realizações insignificantes.

Em suma, toda essa argumentação resume-se em uma só palavra: hipocrisia.
Esse é na realidade o tipo politicamente correto. Eu diria mais ainda - carrega no mesmo pacote uma boa dose de sinismo.
Deste modo, a pessoa que faz esse tipo tenta agradar a todos, mesmo que seja contra seus princípios adquiridos por sua crença religiosa, cultura ou familia. Tudo por interessar apenas satisfazer seu ego num jogo de interesses pessoais que vão além até mesmo de um princípio bíblico. Esse tipo de pessoa não tem personalidade; é volúvel e discamba por quarquer vento de teorias ou doutrinas.
Por isso por mais que seja mal compreendido algumas vezes aqui no blog, não só aqui, mas em palestras e pregações, prefiro ser autêntico e não me esquivar diante do engano, e proclamar de forma equilibrada e sensata as verdades que Deus estabeleceu a partir da Bíblia Sagrada.
Como diria um grande pensador ao proclamar uma máxima:
"Não conheço a fórmula do sucesso; mas conheço a do fracasso: tentar agradar a todos."

Lembra de Jesus? Pois é.... Esse é o meu grande paradigma.


12 março, 2007

Sacerdócio, não Pastorado Universal


" Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; "
I Pedro 2.9

Há uma grande diferença interpretativa no que consiste exercer o sacerdócio real por meio de Cristo para efeito da salvação, e exercer o ministério pastoral para efeito de cuidar e orientar (apascentar) uma Igreja local (rebanho) cumprindo uma missão específica de um chamado ministerial também específico.

Evidentemente que nesse texto além da salvação quando diz: "...a fim de proclamardes..."; verificamos que todos os que experienciaram a Graça Especial, isto é, todos crentes salvos, são chamados também a dar um feliz testemunho dos atos salvíficos de Deus. Porém, estes atos são consequentes de uma vida de plena comunhão com Jesus via Espírito Santo. Não podemos cair nessa de forçar o texto a falar o que não diz, mesmo no próprio grego, que diga-se de passagem, é evidenciado o sacerdócio na proclamação dessas virtudes (vida espiritual excelente) como sacrifícios espirituais agradáveis a Deus. Isto até nos remete ao texto de Paulo aos Gálatas (5.22), sobre os frutos do Espírito, numa expressão do caráter de Deus através de uma vida verdadeiramente cristã. Mas isto é uma outra história.
O que ocorre hoje em meio a alguns teólogos e pastores (as), é de se apropriarem de um texto sem o seu devido contexto e aplicarem de forma confusa e sem base, em defesa do ministério pastoral feminino e da "democratização" do ministério pastoral, ou seja, segundo estes tais, não faz-se necessário está debaixo de uma ordenação ou submissão a alguma autoridade pastoral, para se autoproclamar pastor e fundar a sua igreja.

É preciso muito cuidado ao analisarmos este texto da 1ª epistola de Pedro.

Antes devemos observar o termo que Pedro se refere: raça eleita. Isto nos remete inexoravelmente ao povo de Israel, que fracassou na sua missão de reconhecer o verdadeiro Salvador da humanidade - Jesus. No entanto, Deus por meio de Jesus Cristo escolheu (elegeu) um povo para ser salvo e governado através do comando real e sacerdotal de seu Filho. Que agora pela Sua Graça e Misericórdia dá uma nova oportunidade para o homem reconhecer pela fé, independentemente da sua linhagem racial, o Senhorio de Jesus em sua vida. Uma vez havendo este reconhecimento, passado o processo do novo nascimento em Jesus, este homem está ápto ao Reino de Deus, fazendo parte da Igreja de Cristo, sendo portanto raça eleita. Ou seja: passa a ser uma extensão de Israel no sentido espiritual("..nação santa..") em Jesus. Estas prerrogativas une o homem através de Cristo na figura vétero testamentária do sacerdote e ao mesmo tempo rei; pois Cristo é Rei e Sumo Sacerdote (Hb 7.20) de sua Igreja ("Israel de Deus").
Perceba que em nenhum momento vendo sob uma perspectiva mais contextual, podemos nos precipitar e pressupormos fatos que a idéia geral do texto não nos revela de forma clara e precisa sobre o ministério pastoral ou eclesiástico, já que o título à luz do NT não interessa, e sim a função.

Portanto, este argumento de que todos (inclusive mulheres) são via sacerdócio universal áptos a exercerem o ministério pastoral, é inconsistente. Sendo deste modo no mínimo forçada, a interpretação a partir deste foco.

Naturalmente que o ministério pastoral, é pela perspectiva do chamado Soberano e específico de Deus sob as bençãos da unção do Espírito Santo através de homens já investidos com esta autoridade aqui na terra. Para entendermos melhor, basta ler as sete cartas escritas por João reveladas por Jesus para as sete Igrejas da Ásia em Apocalipse. É só ler à partir do capítulo 2. Mas por enquanto não cabe aqui comentários.

07 março, 2007

O Machismo dos Apóstolos?

Esta é uma das linhas de argumentações levantadas pelos que defendem o ministério feminino (pastoral). Alegando principalmente o fato de Paulo ser tão contundente ao recomendar a Timóteo seu discípulo, inclusive que as mulheres estivessem "caladas" na igreja.

Não quero aqui fazer apologia. Mas o problema reside não propriamente no fator cultural como alguns defendem, mas na visão focal do aspecto teológico em si relacionada a Deus e ao homem (raça humana).

Quem Deus criou primeiro? O homem(adão) ou a mulher(eva)? Quem foi enganado primeiro? O homem ou a mulher? Quem foi escolhido para auxiliar quem?

Parecem preconceitusoas estas perguntas; mas são apenas perguntas retóricas para tentar entender um pouco do por quê que o Apóstolo Paulo mensionou o assunto nesta ordem.

Paulo diz a Timóteo: "Não permito que a mulher ensine ou exerça autoridade de homem; esteja porém em silêncio. Por que, primeiro foi formado Adão, depois, Eva. E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão." (I Tm. 2.12-14)
E ainda para a Igreja em Corinto:
"pois o homem não foi feito da mulher, mas a mulher foi feita do homem. O homem não foi criado por causa da mulher, mas sim a mulher por causa do homem." (I Cor. 11:8,9)

Não podemos cair no risco de tentar inferirmos sob o prisma de conceitos que herdamos de nossos ancestrais, e à luz de uma visão sociológica impregnada de conceitos extremamente humanistas, encontrar soluções interpretativas deste texto que valide nosso "conceito" do que é ser machista. Isto além de uma inferência, seria de um anacronismo sem tamanho.

Vejamos exemplos do próprio Jesus:

Na cultura da época, seria um escândalo um rabino falar com uma mulher em público. Jesus que era tido como um respeitado rabino ainda fez pior: encontrou-se com uma samaritana que além de ser considerada impura à luz do judaismo por ser procedente de uma raça mestiça, de Samaria, ainda conversou com Jesus a sós em público. Ele quebrou um grande paradígma cultural, mostrando que seu evangelho estava além de barreiras humanas.


Joana e Suzana eram mulheres que seguiam o ministério de Jesus, inclusive o ajudavam bastante. Maria de Betânia, era outra mulher que aprendeu " teologia aos pés de Jesus". Outra mulher foi a sua própria mãe que o acompanhou até o momento final de sua morte. Então em face a estes exemplos, por que não poderia o mestre Jesus na escolha dos seus doze apóstolos, incluir no meio deles pelo menos umas duas dessas abnegadas mulheres? Ou na pior das hipóteses, sua mãe? Já que foi uma mulher tão piedosa, e exerceu tão fielmente seu chamado?


Nessas alturas já podemos perceber diante desses exemplos, que o problema da mulher ser colocada de fora do grupo seleto dos apóstolos de Cristo, não residia no fator cultural; pois Ele deu provas claras de que jamais discriminaria alguém, independente de sua posição social ou religiosa.


Deste modo, Jesus jamais foi tendencioso, ou "machista" de acordo com a cultura do século XXI. Logo, portanto, podemos concluir que o Apóstolo Paulo ao dizer para a Igreja em Corinto: "Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo" (Cor. 11.1), deixa implícito o quanto Jesus era o grande paradigma de seu ministério. Sendo assim, Paulo e os demais apóstolos de Cristo, por mais forçoso que sejamos na interpretação exegética, não foram absolutamente nem de longe, mesmo por inferência anacrônica, machistas.

Contudo, podemos observar que em nenhum momento antes, durante, e depois de Cristo, Deus deixou claro na Bíblia a validação do ministério pastoral feminino.

Por mais que se apele, por exemplo, para o sacerdócio universal de Cristo; na perspectiva inclusive de Martinho Lutero,que trata toda humanidade como seres iguais e aptos a experimentar a comunhão com Deus por meio do novo nascimento. Isto não define o aspecto pastoral no âmbito eclesiológico. Define apenas a aptdão humana para a experiência da Salvação em Cristo Jesus. Mas isso é outro assunto denso que merece mais um post.



06 março, 2007

Aconselhamento Pós-moderno

Estávamos hoje num debate acadêmico em torno de como se aconselhar a nível pastoral em pleno século 21.

Chamou-me a atenção na abordagem do assunto algumas nuanças relacionadas ao pastor e o aconselhando.

Uma delas é a técnica. A outra é a vivência e por último o Espírito Santo.

Assustou-se? Eu também. Mas infelizmente esta é a ordem realçada nas mesas de debates sobre aconselhamento cristão.

Isto muito me preocupa. Pois em detrimento ao agir e o mover de Deus através de uma conversa ou aconselhamento regados por uma estreita comunhão com Deus, enfatiza-se a técnica buscando simplesmente através da psicologia descobrir traços defeitusos de uma personalidade. Para daí por diante desenvolver um diagnóstico técnico e lógico sobre os tais defeitos.

A Bíblia? Ah tá! Mas a Bíblia.... serve como subsídio apenas. Na verdade um auxílio, caso Freud não se encaixe na ajuda direcionada ao aconselhando.

Os tipos pastores pós-modernos que estão adotando esta prática, estão se tornando apenas meros terapeutas que no fim só receitam paleativos. Pois o Espírito Santo, que é vital para resolver qualquer tipo de assunto no homem de forma concreta, é deixado em segundo plano.

Aliás, segundo plano só se for virtualmente, pois na realidade Ele jamais tolera dividir seu poder e glória com outrem. "Tão querendo que Freud faça parceria com o Espírito Santo"......é brincadeira!

Não quero dizer aqui que a psicologia não seja uma ferramenta útil. O problema é inverter o seu valor.

Portanto, defendo e sempre defenderei que o verdadeiro cristianismo e seus particulares modos de lidar com o ser humano é embasado na Bíblia, não em Freud ou em terapias orientadas.

Basta observar o exemplo maior da Bíblia que foi o próprio Jesus. Quando João(Cap 8) narra o episódio daquela mulher adúltera, ameaçada de morte pelos fariseus; imagine o estado emocional dela; quando ficou só com Jesus, após Ele ter confrontado a conciência dos fariseus legalistas, disse a ela:
- mulher cadê os teus acusadores? Ninguém te condenou?
Imagino logo em seguida aquele silêncio sepulcral e reflexivo, e depois ela responde:
- Ninguém Senhor!
Ele sabiamente então diz:
- Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.
Jesus como um conselheiro pós-moderno, poderia antes dizer:
- Minha filha, fale que eu te escuto! Fale da sua vida, dos seus sentimentos, como foi sua infância e relacionamento com seus pais...

Felizmente Jesus não é um tipo pós-moderno, por isso preferiu ser simples sem ser simplista, objetivo e acima de tudo sábio. Sua resposta foi mais que uma simples resposta; foi perscrutadora e transformadora!

Se os pastores pós-modernos não abrirem os olhos para esta realidade e reverem seus conceitos quanto ao verdadeiro sentido de um aconselhamento, estarão fadados ao fracaço espiritual com um consequente abandono da fé (apostasia) e entregues a operação do erro.

04 março, 2007

Equívoco Triunfalista

A poucos instantes acabei de assistir na tv uma dessas pregações do tipo "7 passos para a vitória". Sabe?! Ou daquelas do tipo "como alcançar a sua benção", "você nasceu para vencer", e por aí vai o leque, ou melhor dizendo, o cardápio de opções de pregações que o povão gosta.

O pregador embasou sua mensagem no exemplo de Abraão. Quando Deus chamou o mesmo e após prometer que faria dele uma grande nação e engrandeceria seu nome disse: "Sê tu uma benção!" (Gn. 12.2,3)

Até aí tudo bem. O problema é quando se interpreta este tipo de texto sem o devido cuidado exegético e hermenêutico de se apurar todo o contexto da história do povo de Israel. Conseguintemente o pregador passa a fazer aplicações equivocadas de um texto que à luz no Novo Testamento, passa a ter uma nova dimensão no sentido espiritual.

Por exemplo, Abraão foi próspero em todas as áreas de sua vida. É verdade. Mas qual era o verdadeiro significado de prosperidade naqueles tempos?

Originalmente o sentido mais aproximado, é de que a prosperidade significava muito mais do que ter bens e riquezas. Significava alcançar a benovolência ou o favor de Deus, isto é, o sentido maior era de que ao ter esta provisão diária de Javé, já era motivo suficiente de se comemorar uma vida próspera.

Não obstante, em vista destes detalhes interpretativos, vemos um outro - Abraão foi escolhido mediante os propósitos soberanos de Deus para sua futura Igreja aqui na terra.

Só que o pregador com influências triunfalistas utiliza esse texto, e acaba distorcendo sua verdadeira aplicação, quando diz que assim como Abraão foi próspero(financeiramente) na terra, você também deve ter o mesmo destino. Não uma vida qualquer; mas uma vida onde você é o cabeça e não cauda.

Percebe a confusão? Ou a inversão de valores?

E ainda acha textos em toda Bíblia e até no NT para justificar sua interpretação(?). Ora, se o próprio Apóstolo Paulo escrevendo a sua carta a igreja em Colossos diz alertando quanto a costumes e fatos ocorridos no AT, dando a sua devida intepretação: "Porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir..."(Cl 2.17).

Para concluir, quero esclarecer que não sou contrário a pregação em hipótese alguma sobre personagens do AT, como Abraão, Moisés, José e tantos mais. Sou contrário a pregação que visa inferir sobre textos do AT e até NT, gerando anacronismos absurdos. E o pior - sob uma forte influência triunfalista que nada mais é do que atropocêntrismo puro.

03 março, 2007

A Saga do Cachorro e a Carne na Vida Real

Foi chocante e inusitada a cena que assisti quinta-feira 1º de março, em pleno centro de Arujá-SP.

Vinha andando tranquilamente quando surpreendentemente me deparo com um grupo de pessoas ao redor de um cachorro de porte grande. Parecia de raça, e do lado um pedaço de carne de hamburguer. O detalhe é que todos estavam num misto de revolta e espanto por terem presenciado o cachorro acabar de comer aquela carne de hamburguer, e em questão de um minuto tombar no chão sem vida.

Um senhor do meu lado protestava:
- Isso é um absurdo! Como pode uma pessoa ser tão má e colocar veneno propositalmente na carne pra matar o pobre animal!!
Outra senhora resmungava e praguejava do outro lado:
- Coitado do bichinho.....quem fez isso merece morrer comido de bichos!!!

Só que enquanto isso fiquei a pensar em tudo que havia escrito no último post sobre a conspiração da carne. Lembram que iniciei contando uma alegórica história de um cachorro de rua? Pois é... foi exatamente o que acabara de presenciar e até vivenciar.

Nas minhas elucubrações passei a me imaginar no lugar daquele cão. Pensei:

- É... ontem narrei uma história alegórica; hoje vivo esta história in locun; acabo de flagrar esta cena na vida real. Mas se eu tivesse no lugar daquele cão institivamente talvez faria o mesmo. Comeria aquela carne sem pensar duas vezes. Ah! mas eu não sou nenhum cão; por isso......

É, mas quem disse que isso não pode acontecer conosco?!

A tal da carne sempre conspira contra nós. Esta cena me levou a refletir sobre o nosso estado natural de homem (raça adãmica). Convivemos com este incômodo o tempo inteiro. É o fascínio por nós mesmo. É a autocentralização que faz de nós tão donos da situação, que diante de uma circunstância que por parecer tão inofensiva, pensamos lidar com ela sem medo de errar. O problema reside exatamente naquele ponto onde menos valorizamos ou menosprezamos; que estão as vezes perto de nós ou ao nosso redor e não paramos para avaliarmos nosso grau de vigilância quanto o que parece improvável.

Entretanto, é necessário sobretudo estarmos cheios do Espírito Santo para com discernimento vigiarmos e vencermos todas as tentações que nos cercam.

Por que parei para refletir sobre tudo isso? - Por entender que não adianta homem (raça adãmica) nenhum, por mais espiritual que seja, subestimar seu estado decaído, o que é representado na Bíblia pela carne.

Muitos que outrora se achavam super-homens, e muitos deles e delas que eram exemplos de espiritualidade, foram surpreendidos numa conspiração carnal e caíram numa armadilha fatal para seus ministérios. Estes foram envolvidos na maioria das vezes em escândalos de consequências incalculáveis.

Portanto, baseado nesta saga do cachorro, prefiro ficar um "pé atrás" o tempo todo comigo mesmo (com a minha carne), e admitir que não sou um super-homem por mim mesmo. Mas em Cristo Jesus (parafraseando o Apóstolo Paulo), sou mais que vencedor, pois Ele sim é o meu "super-homem"!

Ontem flagrei uma terrível cena!


Se você leu meu último post sobre a conspiração da carne.....tenho algo a relatar que de um certo modo me deixou muito reflexivo. Foi interessante, pois parece que eu estava vivenciandoo as palavras iniciais do texto que escrevi ao flagrar a cena. Bom, como agora no meu relógio já passam da 1:40 am, vou descansar um pouco e mais tarde detalharei esta experiência que acredito que assim como mexeu comigo pode mexer com você.....aguarde as "cenas" do próximo post.....até lá!