24 dezembro, 2008

Flagrante de um Natal Contraditório

Poderia falar aqui que o natal é festa pagã, que 25 de dezembro não é historicamente uma data precisa do nascimento de Cristo, que a árvore de natal é produto de uma invencionice idólatra do passado, que o papai Noel tem origem em crendices que vão desde a uma lenda do bom velhinho, seu trenó e suas renas, a relatos de que tudo isto surgiu na figura real de um antigo frade da Igreja Católica apostólica romana canonizado como São Nicolau e...etc...etc...etc.

Mas para este post isso não vem ao caso.


O que me chamou a atenção foi um flagrante que fiz hoje ao chegar aqui em Santa Catarina. Na verdade vim passar o natal e reveillon aqui com minha esposa e tentar descansar um pouco, depois de um ano (2008) bastante corrido, e como ninguém é de ferro estamos dando uma pequena trégua nos nossos compromissos e trabalhos.


Bom, mas voltando ao flagrante, ontem conversando sobre o natal com um pessoal de certa denominação evangélica pentecostal e tradicional aqui de Santa Catarina, falaram-me de certa família tradicional nesta tal Igreja local que, diga-se de passagem, é rigorosa em usos e costumes; e que neste natal enfeitaram a frente de sua casa com o papai Noel. Achei que fosse algo discreto, o que mesmo assim não deixaria de ser uma flagrante contradição da práxis do evangelho, já que papai Noel e Jesus são incongruentes; é como se fossem água e óleo – são incompatíveis.


Mas qual foi a minha surpresa, ao passarmos em frente a esta casa que ficava na direção do lugar que íamos, pude constatar in locu algo muito mais preocupante:


Ali os meus olhos contemplaram uma realidade espiritual sintetizada numa "expressão natalina" que não condiz com o verdadeiro motivo do natal – que é a comemoração do nascimento do nosso salvador Jesus.


O que pude ver foi a fachada de uma casa com vários papais noéis de diversos tamanhos. E o pior: nesta casa que vocês podem ver na foto que fiz questão de registrar para o blog, mora uma família de membros da referida Igreja pentecostal, tradicional e rigorosa em usos e costumes.


A pergunta que faço é a seguinte:


Qual é essencialmente o maior símbolo do natal (tirando os aspectos mercadológicos da data) para quem é cristão?


Mas o que me preocupa mais não é a resposta desta pergunta. É o tipo de espiritualidade expressada em atitudes como esta, representada na foto publicada neste post.


É por isso que hoje comentava para um grupo de pessoas cristãs o seguinte:


Estamos vivendo cada vez mais a "espiritualidade do templo". Onde Jesus está lá no templo (prédio da igreja) chamado de santuário ou igreja e que só me encontro com Ele lá geralmente aos domingos ou em outros dias que tenha algum tipo de programação. Fora dele posso ser inclusive idólatra ou no mínimo irresponsável quanto a adorar Jesus e expressá-lo, a começar de minha casa.


E fiz uma pergunta a eles que aproveito para tornar explícitas outras que estão implícitas a ela; e perguntei:


Será se vocês seriam capazes de colocar um papai Noel na frente do templo de sua igreja evangélica?


Seria isso uma profanação, não? E por que só na minha casa posso fazer isso, ou seja, lá só porque não é um templo não é também profanação? Que contradição é esta? Afinal o templo de adoração a Jesus está apenas no endereço do prédio onde se congrega a sua Igreja ou no seu próprio ser?


[sem comentários]


Para mim este flagrante "natalino" prova o quanto muitos estão vivendo uma lamentável contradição espiritual de inversão de valores.


Portanto aproveito para nesta data onde o mundo pára em torno dela, desejar a todos os leitores deste blog um verdadeiro natal de adoração. Não ao papai Noel e nem ao menino Jesus; mas um natal onde possamos festejar o início da concretização da missão redentora do homem Jesus que começou com o Seu nascimento e culminou com a Sua morte e ressurreição. Conquistando com isto a vitória completa sobre o pecado e satanás, dano-nos hoje o privilégio de usufruirmos da sua Graça e Misericórdia.


Um Feliz natal cristocêntrico!

Só a Deus toda a Glória!

08 dezembro, 2008

O Liberalismo Irresponsável em nome da Graça de Deus

Antes de entrarmos no assunto em questão, gostaria de pedir desculpas aos leitores deste blog pela demora de postagens nos últimos dias. Mas é que devido ao acúmulo de trabalhos e compromissos, somado ao fato de que, sobretudo neste blog gostamos de escrever debaixo de muito temor e tremor diante do Altíssimo. Sem a Inspiração pela Graça dEle, as linhas que se seguem seriam escritas apenas de mórbidas palavras. Por isso nos alegramos em Cristo Jesus, pois é por Ele e para Ele que nos motivamos a escrever neste blog.


Tratamos no post anterior sobre os extremos da realidade evangélica atual em meio a muitas denominações que se auto-proclamam “a Igreja de Cristo”.

Dividimos em dois extremos: um – a clausura denominacional; o outro extremo é exatamente o tema deste post.

Para iniciar nosso pensamento relacionado ao assunto vamos ver um texto bíblico que me chama muito a atenção quanto ao liberalismo irresponsável em nome da Graça de Deus:

Pois certo homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, e transformam a graça de Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único e Soberano Senhor”. Judas 4 (NVI)

No texto acima está em negrito as palavras chaves que compõem o tema deste post.

Primeiro, vemos Judas fazer uma referência a pessoas ímpias que estavam infiltradas no meio da Igreja de forma dissimulada, isto é, com aparência de cristãos, mas, no entanto negando Jesus Cristo na sua vida prática. Em outras palavras, eram pessoas com discursos de cristão, dizendo-se seguidores de Jesus, mas vivendo à margem de Seu caráter. Ou seja: viviam em função de si mesmas, na tentativa de “justificar” suas atitudes e comportamentos desregrados valendo-se da Graça de Deus.

É por isso que Judas os chama de ímpios, que na acepção da palavra quer dizer o contrário de pio. Isto é: pio segundo o Houaiss vem do latim ‘pius,a,um ' que cumpre o dever, puro, justo, honesto, casto'.

Quando se põe o prefixo im + pio forma-se exatamente o inverso da significância de pio. Ou seja: Ímpio quer dizer aquele que é desapiedado, que não é justo, honesto e nem tão pouco puro.

Entende-se que ímpio pode ser também aquele que algum dia provou ou teve contato direto ou indiretamente com a piedade – que é uma vida pia. Entretanto, este preferiu viver dissolutamente sua vida. Que na prática seria viver a vida de forma independente, liberal e volúvel a iniqüidade, buscando sempre argumentos que “justifiquem” suas ações.

Não foi assim com o filho pródigo? Quando o mesmo após sair de casa com a quantia que havia reivindicado de seu pai como herança, gastou tudo irresponsavelmente. Não medindo as conseqüências da vida, buscou viver sua independência, não só financeira, mas moral, na ânsia de descobrir seus próprios valores de vida? O resultado do complexo de atitudes irresponsáveis deste filho chegou a um estágio deplorável e humilhante nas palavras do próprio Jesus quando descreve: “... Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada”. (Lucas 15.11-16; NVI)

Este exemplo não obstante, no contexto geral do discurso de Jesus referia-se aos judeus e gentios (os não judeus). Entretanto, ao analisarmos de modo particular e específico algumas de suas matizes, parece retratar bem a vida de alguém que um dia estava inserido em um contexto piedoso e que parecia pautado por um caráter devoto a um a padrão justo, puro, honesto e que cumpre seus deveres. Em suma, um contexto de vida pia. Porém este filho pródigo preferiu a impiedade. Preferiu ser “justo, puro e honesto” de acordo com seus padrões – os padrões da arrogância humana infestada pela praga do pecado.

Segundo, vemos Judas tratar estes tipos de homens ímpios que se guiavam por seus próprios padrões libertinos. Pois se utilizavam da liberdade da graça de Cristo de forma irresponsável e interesseira.

O pior desse exemplo para a nossa realidade hoje, é usar esses “padrões” em nome da Graça de Deus.

Era o que os homens a quem Judas se referia como dissimulados e que estavam infiltrados na Igreja de Cristo, tentavam fazer: Perverter a fé do povo na busca de um tipo de evangelho sem parâmetros definidos.

Atualmente nós chamaríamos em linhas gerais isto de “relativismo evangélico”, onde não há limites e nem parâmetros reais que norteiem um caminho cristão autêntico. Para muitas denominações ou as chamadas “igrejas evangélicas”, isto é encarado normalmente por seus líderes que se aproveitam da fé ingênua de muita gente.

Em nome da graça estes tais líderes, como lobos disfarçados de pastores estão pregando um evangelho genérico em troca de momentâneos prazeres e sensações de bem-estar de uma consciência religiosa.

Deste modo, perde-se o referencial genuíno do evangelho de Cristo. Tudo fica como um rio sem margens nem nortes que guie de maneira segura a sua navegação. A conseqüência disso tudo é uma confusão ética-teológica e doutrinária provocando uma inversão de valores quase que generalizada no meio muitas denominações evangélicas.

Surge neste vácuo uma enorme carência de valores cristãos autênticos que rejam as pessoas na direção do caráter evangélico de Cristo.

Pois estes homens (“líderes e pastores”) nas palavras de Judas 12: “... são como rochas submersas... são pastores que só cuidam de si mesmos”.

E aproveito aqui para inserir os legalistas que enclausuram seus rebanhos com “mãos de ferro”. Embora pareçam está na contramão dos liberalistas, existe um ponto em comum que os une: “guiam o rebanho em torno de si mesmo e com motivações próprias”.

Os liberalistas “conduzem” seus rebanhos sem a responsabilidade de guiá-los através do evangelho autêntico de Cristo. Temem confrontar o povo denunciando seus pecados à luz da Bíblia, pois estarão denunciando suas próprias consciências interesseiras e arrogantes, cheia de motivações mercenárias.

Preferem investir no crescimento numérico através de estratégias de marketing religioso que faz de suas “Igrejas” verdadeiras casas de espetáculo e entretenimento. Geram receitas cada vez mais elevadas e patrimônios suntuosos. Esta é a chamada “Igreja de sucesso” que passa a ter uma linguagem cada vez mais empresarial.

Estes tais liberalistas aproveitam-se irresponsavelmente da Graça de Deus. Estes tais são compatíveis com certos homens ímpios que Judas se referiu em sua epístola, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo.

Portanto, aqui está o outro extremo da realidade evangélica atual no Brasil e em alguns países do mundo: O liberalismo irresponsável em nome da Graça de Deus.

Aí vem a pergunta: Depois destes extremos, o que sobra disso tudo?

Sobra o essencial – O Espírito Santo de Deus. Este é o que dá vida a uma liderança. Que a chama e vocaciona verdadeiramente através da Sua Soberana vontade. Que manifesta o Seu poder e autoridade por meio daqueles que se humilham e como servos se posicionam no lugar certo: O CENTRO DA VONTADE DE DEUS.

A partir desta realidade que nunca foi, não é e nunca será extremista sim – é onde encontro inexoravelmente uma realidade cristã autêntica e genuinamente de caráter evangélico. Onde através do corpo de Cristo aqui na terra, a saber, Sua Igreja, comunica-se de fato e indubitavelmente a mensagem da cruz. Este é um remanescente santo em Jesus, que como “cabeça deste corpo” santifica-o e o capacita a cada dia a enfrentar todos os desvios e desmantelos de um mundo pós-moderno desnorteado pelo pecado.

Só a Deus toda Glória.

26 setembro, 2008

Geração dos “Xiitas Evangélicos”

Temos escrito nesse blog alguns posts relacionados a tradição nas igrejas e algumas nuances sobre a mesma. Entretanto, focando o assunto por uma perspectiva de contra-ponto da teologia integral; e sobretudo tendo por referência a Bíblia e a realidade do mundo em que vivemos. O que por sí só, toda esta perspectiva perfaz a missão integral na qual embasamos nossa teologia.

Pois bem.

Nesses últimos dias temos assistido alguns fatos lamentáveis no meio de algumas denominações evangélicas: (Não queremos aqui citar nomes, pois este blog não se coaduna com "fofocas virtuais" ou coisa parecida. Porém objetivamos encontrar uma realidade que nos seja analítica sob o prisma da teologia integral.)

Líderes denominacionais evangélicos brigando pelo poder. E o pior: parte deles tentando impor e manter a todo custo um sistema ditatorial e opressor valendo-se para isso de uma tradição de homens que já foi fincada na cruz com Cristo; mas insistem em continuarem a carregá-la mesmo que morta dentro de suas denominações.

Trata-se da tentativa de manipular a fé do povo em função de uma determinada ideologia ou tradição. O que podemos constatar, é que quase sempre por traz da "capa" da tradição ou do "véu" tradicionalista existe uma mente fechada, determinada, e acrescentaria: obstinada como a dos xiitas a ponto de promover se possível até uma "Jihad" (guerra santa), em nome de uma "visão" que carrega o nome de "Jesus".

Só carrega, mas sua práxis está a anos-luz de distância do verdadeiro Jesus e Seu Evangelho. Pois em vez de se humilharem e reconhecerem seus pecados de arrogância "espiritual', como se fossem "aiatolás" de um sistema (o que de certo modo não deixam de ser), buscam interesses da denominação e não do Evangelho.

Isto passa a configurar-se num culto a denominação (com sua tradição) em detrimento ao verdadeiro Culto a Deus na pessoa de Jesus de Nazaré.

É evidente que Jesus é infinitamente superior a tradições humanas ou a denominações "evangélicas" que na maioria dos casos institucionalizaram-se em função de si mesma, e esqueceram do foco central que é Jesus Cristo. Conseguintemente, focam sua metas e objetivos no exercício de interesses partidaristas e político-religiosos.

(Abrindo um parêntese no assunto) É por isso que a disputa está cada vez mais acirrada entre elas. A tv por exemplo, é o palco desta grotesca realidade. Basta só observar, o quanto várias denominações estão cada vez mais investindo em marketing via compra ou arrendamentos de horários em grandes emissoras de televisão com suas super-produções. Quando não, partem mesmo para a compra de seu próprio canal de tv. Isto sem falar nos seus conglomerados de empresas que vão desde aos parque gráficos, editoras, gravadoras, livrarias, rádios, shopings e até agência de pregadores. Quero deixar claro que não sou contra a utilização da midia, mas a motivação cobiçosa e presunçosa de seu uso(fecha parêntese).

Diante deste caos podemos listar pelo menos duas realidades extremas:

1 – A Clausura Denominacional e suas Tradições.

Esta realidade acaba limitando ou nivelando a cosmovisão do Evangelho de Cristo Jesus a partir de tradições ou rudimentos (como diria Paulo) de homens. Em face a este contexto, nos deparamos com uma motivação evangélica sectária, exclusivista e autocentralizada. Deste modo o Evangelho torna-se marginalizado das culturas e realidades, perdendo sua característica essencial – que é abranger todos os povos da terra. De fato o Evangelho marginal não é Evangelho. É apenas a caricatura dele. Muito embora algumas denominações se autoproclamem missionárias e até apostólicas, o que vemos na prática é uma campanha ferrenha de marketing pelo mundo em busca de adesões (e não conversões ao Evangelho) as suas respectivas estruturas denominacionais.

Jesus (na linguagem de mercado) passa a ser um "produto" híbrido, que se adequa as ideologias e dogmas de cada uma delas. Numa "Ele é pentecostal", noutra "é neopentecostal", em uma outra "é apenas convencional", e assim sucessivamente a lista segue sem fim.

Seria essa a verdadeira função missiológica da Igreja de Jesus aqui na terra?

Eu ousaria dizer que isto é uma anomalia do Evangelho genuíno. Mas infelizmente é isto que estamos vendo em algumas denominações tidas como cristãs.

E o que tem haver isto com a clausura denominacional?

É simples: Basta só observar a 'formatação teológica' que embasa a visão doutrinária de cada uma destas denominações; e descobriremos um sem número de divergências que no fim parece não haver como se pensar em uma unidade do corpo de Cristo aqui na terra. Pois na perspectiva destas tais, a única maneira de se enxergar o corpo de Cristo como Igreja é está de acordo com as suas "particulares" interpretações do que seria o Reino de Deus. Ou seja: O Reino de Deus para estes já chegou completamente. Suas denominações são as "únicas plataformas" dEle (ou em alguns casos o próprio "Reino dEle"), cujo maior objetivo é aumentarem suas estruturas e paradoxalmente se fecharem cada vez mais através do monopólio da fé por meio de suas lideranças.

Parece até que estamos diante de uma "torre de Babel denominacional"!

Mas aí você pergunta: E onde entraria a clausura denominacional exatamente e o quanto ela tem em comum com os xiitas? Eu respondo:

No fechamento limítrofe do Evangelho de Jesus a tradições de homens.

É neste ponto que a clausura denominacional acaba se encaixando com a visão xiita.

Mas antes, em primeiro lugar temos que fazer uma rápida e sintética abordagem para aqueles que não sabem ou nunca ouviram falar dos xiitas:

Os xiitas representam uma tribo ou ramo do Islam(ou Islão, que são os populares muçulmanos). Fazem frente a outra tribo islam chamada sunitas. Estes são maioria espalhados pelos povos muçulmanos. Contudo, estas tribos se tornaram mais populares nas regiões em que se localizam os países Iraque e Iran. O Iraque que embora com menoria sunita destacou-se com o seu ex-lider e falecido Sadam Hussein que como sunita tentou resistir com seu regime déspota a pressão xiita.

Estas guerras tribais já vem se desenrolando a séculos. Tudo por consequência genealógica de brigas por dinastias ligadas a linhagem de Maomé. Com o passar do tempo as disputas passaram a se posicionarem no campo ideológico-político-partidário embora mantendo porém suas raízes tribais e religiosas. Tornando-se hoje numa espécie de facção política dentro do islão. (saiba mais detalhes clicando aqui)

Mas voltando ao teor do nosso post:

Em segundo lugar, para termos uma melhor compreensão do assunto, podemos dizer em linhas gerais que hoje os xiitas são uma denominação muçulmana. Partindo desse prisma, podemos ter uma noção mais clara de como eles têm muitas coisas em comum com a clausura denominacional evangélica. Vou em breves palavras dizer o por quê:

Guardando as devidas proporções, basta só observar a realidade histórica e atual do Irã. Lá a população como já foi mencionado, praticamente inteira é composta de muçulmanos xiitas; o governo é controlado por aiatolás que são uma espécie de "papas","padres","pastores","bispos" ou "apóstolos" dos católicos e evangélicos ocidentais. Estes aiatolás estimulam um fanatismo religioso tal entre o povo iraniano, que o tornam cegos com relação a realidade externa no mundo. Incutem seus interesses políticos em formato religioso com Alá no "pano de fundo". Entretanto, fazem de um aparente amor próprio a máscara de seu ódio religioso a países e pessoas que não professam sua fé muçulmana.

Um exemplo de antagonismo a fé deles é a nação de Israel e seus aliados.

Já declararam inclusive abertamente que um de seus objetivos é eliminar Israel do mapa. Tudo porque um dos motivos, é que Israel (grande parte do povo judeu) segue a torá (Lei) de Iavé e não o alcorão de Alá e seu grande "messias" – o profeta Maomé. Na verdade por trás disso tudo tem o fundamentalismo islãmico no mundo árabe e seus regimes totalitários, somados a questão étnica e territorial da palestina; que formam um "barril de pólvoras" de tensão entre os muçulmanos e judeus que tem o Iran e Israel atualmente como palco das atenções.

Portanto, apenas como exemplo comparativo, a clausura denominacional do Iran seria o Islam com a visão xiita e seus aiatolás, que os aprisionam dentro de sua própria religião.

É dentro desta realidade que consigo enxergar pontos em comuns com o que estamos presenciando no meio evangélico (se é que poderíamos chamar assim) de algumas denominações. Quando seus líderes conduzem o povo com "braços de ferro" como se eles próprios fossem o referencial efetivo do Evangelho de Jesus.

Para tanto usam a "clausura" como forma de "prender" o pensamento cristão num modelo institucional humano. O que acaba provocando uma infantilização espiritual no meio do povo, tornando-os ainda mais dependentes de seus líderes. Consequentemente estes se tornam cada vez mais dependentes de um sistema institucional que já está viciado na hipocrisia de se achar evangélico. Porém, na prática são tão "xiitas" quanto os seguidores dos aiatolás iranianos.

Esta realidade faz-me reportar a situação de Israel nos tempos do profeta Jeremias:

A desordem espiritual tinha se instaurado no meio do povo israelita. Mas insistiam em manter suas práticas rituais, como se nada de anormal estivesse acontecendo. Fingiam servir a Deus, quando na prática estavam comprometidos com a idolatria e ao mesmo tempo com a conivência dos sacerdotes, que fechavam os olhos para infidelidade do povo por estarem "vendidos" ao sistema. Este sistema da época também estava viciado. Os valores e princípios de Deus tinham sido deturpados por estes sacerdotes inescrupulosos que estavam mais preocupados em satisfazer e satisfazer-se com o referido sistema (que envolvia aspectos políticos e religiosos com deuses pagãos), do que comprometidos com a verdadeira adoração a Deus. Não obstante a esta situação, Deus mandou o profeta Jeremias anunciar um juízo, isto é, um castigo como forma de disciplina pelos pecados dos sacerdotes e do povo.

Chama-me a atenção no texto discorrido por Jeremias quando Deus proclamou:

" O meu povo é tolo, eles não me conhecem, são crianças insensatas que nada compreendem. São hábeis para praticar o mal, mas não sabem fazer o bem." (Jer. 4.22; NVI)

Estas palavras parecem remontar o quadro atual de algumas denominações e seus líderes. Que por esquecerem o seu verdadeiro chamado evangélico, apelam para a clausura denominacional, fazendo um povo se tornar aderentes de uma instituição e suas tradições e não convertidos ao Evangelho de Cristo.

É por isso que estamos assistindo este quadro alarmante de pessoas que dizem professar uma fé evangélica, mas seu comportamento é de quem não conhece de fato a Deus. Por se tornarem tão dependentes da "fé" de terceiros, são como crianças insensatas que nada compreendem, por serem "vítimas" da infantilização promovida por uma "geração de xiitas evangélicos", (fechada para reformas ou melhoramentos que promovam o Evangelho de Jesus; independente de suas ambições institucionais ou denominacionais). Por isto, são hábeis para praticar o mal, mas não sabem fazer o bem.

Esta é uma das realidades extremas: "a clausura denominacional e suas tradições". A outra realidade extrema é:

2 - O Liberalismo Irresponsável em Nome da Graça de Deus.

Esta realidade irei tratar no próximo post...

Só a Deus toda Glória.

13 setembro, 2008

Jesus: “O Monstro denominacional” e o Caráter Pastoral

Continuando o final do post anterior, de fato este “monstro denominacional” está diante de nós, mas não queremos vê-lo como “monstro”.

Talvez seja mais fácil num estado quase de contemplação o vermos apenas como uma criatura mitológica da cristandade pós-moderna. Ou seria isso um pós-cristianismo?

Sinceramente tenho até me esforçado para enxergar um “Jesus” diversificado na Bíblia (para isso estou animado para aprender a falar hebraico e grego fluente); mas sabe que mesmo no hebraico e no grego do ponto de vista exegético só percebo uma convergência: Desde a criação da terra e de tudo que nela há e anterior a ela, todas as coisas começam e se encerram em uma unidade.

A unidade do unigênito de Deus – Jesus Cristo.

E falando em unidade por uma perspectiva etimológica, logo encontramos a qualidade do que é um.

Isto nos remete ao caráter santo, imutável e único do que é Jesus e sua Igreja aqui na terra.

Não é por acaso que o Apóstolo Paulo escrevendo a sua carta a Igreja em Colossos no capítulo 1 e verso 17,18 e 19 disse:

 Ele é antes de todas as coisas e nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a Igreja; é o princípio e primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nEle habitasse toda plenitude,...” (NVI)

Num momento em que a mídia está falando tanto em respeito à diversidade disso e daquilo outro (“quem tem ouvidos ouça”...), corremos um sério risco de relativizar a Graça de Deus nos padrões malignos com “capa” benigna.  

É em face a esta dura realidade que se faz urgentemente necessária uma reforma na Igreja Evangélica brasileira e porque não dizer mundial. Realizada por “Martinho Luteros e João Calvinos da vida atual”. Que se levantem pastores que de forma efetiva com o caráter de Cristo possam confrontar os padrões do mundo (maligno) com os do Evangelho de Jesus, buscando uma teologia pura e equilibrada de modo integral.

A propósito, o caráter de Cristo é eminentemente pastoral; Ele é o supremo Pastor. E já que estamos falando de caráter pastoral quero encerrar este post registrando uma homenagem realizada no dia 07 de setembro próximo passado, aos 30 anos de ministério pastoral do Pr. Messias de Castro e Silva (meu querido e amado pai). Na ocasião o presbítero Thiago Brazil proferiu um belo discurso em sua homenagem sob o tema: “O caráter do ministério pastoral”. (click aqui e leia na íntegra).

26 agosto, 2008

Jesus: "O Monstro Denominacional"

É evidente o “crescimento” de uma onda de “evangélicos” no Brasil. Por um lado isto parece ser maravilhoso! Por outro, isto parece ser preocupante.

Não que eu seja contrário ao crescimento evangélico no nosso país. O problema a meu ver consiste na forma como ele está ocorrendo.

Basta só observar que junto desta onda evangélica está vindo uma tsunâmi de denominações. Que nada mais é do que uma gigantesca multiplicidade de instituições carismáticas a serviço de líderes (em sua grande maioria) ávidos por “prosperidade”, poder e notoriedade.

Por conseguinte em meio a este pool de denominações (que popularmente são conhecidas como “igrejas”), Jesus tornou-se um Cristo fragmentado em padrões ideológicos que se divide cada dia mais ao gosto pessoal de cada um.

Temos um “Jesus” para cada classe social. Da elite a ralé. Parece que cada uma dessas classes funcionam como castas; similar a cultura hinduísta. A diferença é que se usa um “Jesus” para todos. Porém, formatado de acordo com o padrão social de cada um. É como se tivesse um “Jesus” da classe baixa, média e alta.

Tem “Jesus” para todos os gostos.

Do legalista ao liberalista existe uma malha de invencionices teológicas sendo tecida por neófitos, rebeldes e apóstatas; que cada vez mais vão ganhando adeptos em suas respectivas denominações.

E ainda saem por aí se auto-proclamando pastores, bispos e até apóstolos. Num acinte ao verdadeiro Jesus de Nazaré, cabeça de Sua Igreja como corpo. A propósito, nesse aspecto denominacionalista parece que existem vários corpos andando por aí como se fosse igreja. O problema é que além de não ter lógica um corpo viver ou andar sem cabeça, não tem como unir centenas de corpos em uma cabeça só. Se assim o fosse, teríamos uma monstruosa criatura sem nexo algum.

Ou será que esse “monstro” já está bem na nossa frente e não estamos querendo enxergar?!

Depois voltarei com mais sobre o assunto....

Só a Deus toda Glória.

03 agosto, 2008

A tradição do culto na "Igreja"

Veja bem, vou apenas introduzir um assunto que tenho observado ao longo dos últimos tempos sobre esta questão da tradição do culto na "Igreja".

Quando fala-se sobre o culto no domingo qual é a idéia que vem na sua cabeça?...

Exatamente! Se você seguiu a velha lógica da tradição, pensou possivelmente num culto bem formatado nos padrões de sua denominação, seguindo aquela liturgia domingueira de sempre.

Mas o que seria afinal culto na acepção da palavra...

Só é culto se for na "Igreja"? e o que é de fato Igreja?

Bem, na acepção segundo os dicionários, culto seria basicamente uma reverência respeitosa a uma divindade. No nosso contexto cristão seria o culto ao nosso todo poderoso Deus. Já a acepção da palavra igreja seria basicamente um grupo de pessoas.

Mas então quer dizer se cultuar a Deus de forma elementar começa com uma atitude de reverência; só valeria este culto na "Igreja" ( de preferência aos domingos)?

Partindo desta visão, teria-se pela lógica ( "na prática") um Deus para se cultuar apenas na "Igreja" ao domingos como manda a tradição. Apesar que teoricamente tudo parece perfeitamente normal e de acordo com a Bíblia. Será?

É aí onde muitos estão se equivocando na sua espiritualidade. E vivem uma hipocrisia disfarçada.

Parece que se tem receios de está com Jesus na integralidade da vida. Numa linguagem psicológica seria o inconsciente dizendo mais ou menos assim:

"Basta ele está comigo só aos domingos para me dá forças para enfrentar o resto da semana. Não quero que ele se meta nas minhas vontades pessoais, nos meus planos, enfim, nas minhas atitudes do meu cotidiano...na verdade não quero que Ele veja os meus pecados. Deixa para domingo na Igreja...lá Ele vai sempre está a minha espera e no final eu peço perdão, e está tudo resolvido".

Ah.....isso é uma típica espiritualidade gnóstica....que sorrateiramente tem minado a fé de muitos!!

É por isso que admiro cada vez mais a teologia integral de Jesus. (com o perdão da redundância)

Será se não está na hora de você e de nós todos revermos os nossos valores espirituais de culto a Deus?

Até breve.

Só a Deus toda glória!

23 julho, 2008

O Perigo da Tradição Engessada!

Nesses últimos dias tenho refletido bastante sobre alguns pontos do nosso dia-a-dia evangélico.

Sem querer fazer aqui juízo de valor de forma generalizada, observo que muitos dos chamados nominalmente "evangélicos" carregam uma tendência moralista muito séria.

Obviamente que quando estou falando de moralismo, refiro-me a alguém que busca uma moralidade com base na "sua própria justiça".

Estas pessoas muitas vezes carregam esse virtual moralismo desde a infância imbutido nas tradições de seus antepassados.

O problema algumas vezes não reside propriamente na tradição em si, (que por sinal existem muitas tradições boas). Mas no engessamento dela em detrimento a uma realidade potencialmente dinâmica e progressiva. Ou seja: em outras palavras, seria buscar viver num século 21 como se estivesse no século XVIII. É como se faltasse a semântica dessa tradição.

Mas o problema maior ainda não é isto.

O cerne do problema consiste em que esses "evangélicos" vivem um tipo de espiritualidade que não é autêntica e nem tão pouco real. Pois vivem e apoiam sua "espiritualidade" numa tradição para depois usar como "pano de fundo" Jesus. Quer dizer: uma infeliz inversão de valores sem tamanho.

Por conseguinte, tornam sua espiritualidade num tipo virtual, sem efeito real por está atrelada a uma tradição que com o passar do tempo tornou-se engessada. Isso por tentar resistir ao tempo e a dinâmica da história.

Na realidade ninguém admite isso. Talvez você ao ler este post nem concordará comigo. Isto eu diria que é mais ou menos como aqueles problemas psíquicos que ninguém nunca aceita que tem. Só quando um dia se vai a um psicanalista e ele dá o diagnóstico real do problema; é quando só depois disso "a ficha cai".

Pegando o gancho do post anterior não seria isto um "pecado virtuoso"? Pois não queremos admitir que cultuamos nossas tradições, embora não abrimos mão dela em uma só vírgula?

Parece que é melhor engessarmos Jesus nela como se fosse uma moldura; do que ao contrário disto, que seria dá liberdade a Jesus para Ele dá vida a tradição.

Deste modo, muitos "evangélicos" vivem similarmente como muitos "católicos apostólicos romanos" que não abrem mão de seu culto a "a sagrada tradição da Igreja". Por consequência, vivem com seus pretensos discursos moralistas em nome de um Jesus que não conseguem segui-lo e nem muito menos vive-lo, gerando um modo religioso hipócrita como se fosse o caminho da salvação.

voltarei depois com mais...

06 julho, 2008

"O Pecado Virtuoso"

Estamos rodeados de perigos espirituais o tempo inteiro. Dentre outros a Bíblia enfatiza e recomenda a vigilância quanto ao pecado e ao diabo. Mas existe um perigo sutil e por ser tão sutil, nos decuidamos e por vezes nos vemos como que perdidos numa grande cidade sem o mapa do destino ou do intinerário que traçamos.
Este perigo reside na nossa própria vontade.

Como iniciei comentando no post anterior, nossa vontade é corrupta e perversa. O que chamaria de "pecado virtuoso", visto que fazer a nossa vontade parece ser na maioria das vezes além de mais agradável, mais confortável e mais lógico.

Quem leu meu tcc já publicado aqui, entenderá que é por isto que defendo que o homem de fato não possui livre-arbítrio. Pois é aí onde mora o perigo sutil - agradarmos a nós mesmos.

Já escrevi aqui no blog sobre a questão da nossa carne, com o tema a conspiração da carne (leia na integra aqui), e não é por acaso que Jesus advertiu dizendo: "o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca." (Mc. 14.38 )

Será se não é nesse ponto onde muitos de nós estamos nos descuidando e praticando o tal "pecado virtuoso", pois o que é que custa pregarmos de acordo com o que achamos mais conveninentes ao nosso público? O que é que custa romper com os nossos líderes e abrirmos nossa própria "Igreja"? O que é que custa vivermos uma aparência religiosa só para agradar a alguns e por trás sermos totalmente contrários ao que aparentamos? O que é que custa.....

Ah....tire suas próprias conclusões e complete a lista, se for capaz.

Depois voltarei com mais sobre o assunto.


05 julho, 2008

Aparentemente distante, porém, perto...

Neste último mês de junho, embora parecendo está longe aqui do blog, estive muito perto.
Sinceramente preferi acompanhar muita gente visitar esse blog de várias partes do mundo.
Na realidade, dei um tempo para fazer uma espécie de balanço em alguns assuntos que tenho tratado aqui. E depois de conferi-los, creio que estes foram e são de extrema relevância para uma reflexão em torno de uma autêntica espiritualidade cristã a partir do escritor e dos leitores deste blog.

Mas, entretanto, já estou me preparando para em breve retomar os embates e discursões teológicas construtivas. Sobretudo na perspectiva da missão integral, que é o grande marco teórico desse blog.

Vou dá só uma palhinha:

Nesses últimos dias tenho tentado dialogar com minhas leituras diárias que geralmente as faço. As mais recentes são em torno de princípios teológicos desde os vétero-testamentários aos neo-testamentários. "Criando debates" entre os pensamentos de Ralph L. Smith e T.W. Manson sobre a nossa vontade na perspectiva do pecado. De fato, segundo Eichrodt, citado por Smith, o pecado é o resultado do nosso livre arbítrio; é o nosso ato livre. Por isso somos corruptos e corruptíveis em nossa vontade.

Faz-se necessário e imprescíndível nos revestirmos do caráter de Jesus para cumprirmos Sua vontade. Do contrário seremos reles hipócritas cristãos nos arvorando de uma fajuta espiritualidade que não passará de ideologismos, disfarçados de cristianismo.

Calma....é só uma palhinha!

Voltarei depois falando o assunto sobre o prisma de diferentes posições de pensamentos e comportamentos atuais.

Aguardem..

30 maio, 2008

Livre Arbítrio e Espiritualidade - Uma Perspectiva da Missão Integral na Origem e Queda do Homem

O homem tem de fato o livre-arbítrio? Se tem, foi Deus que de fato o deu? Como resolver o dilema do livre-arbítrio humano?

Bom, é claro que se nem John Calvino e Jacob Armínios conseguiram entrar num acordo quanto a esse tema, muito menos eu ousaria a tanto.

Entretanto, através do meu TCC que fiz ano passado (2007) desejo iniciar um embate equilibrado na busca de um ponto de equilíbrio dentro do que é verdadeiramento na prática e a luz da teologia bíblica, o livre-arbítrio. Porém, numa perspectiva cristológica sob o prisma da missão integral; tentando achar uma verdadeira espiritualidade, que nos auxilie num crescimento consistente de vida espiritual diante de nosso Criador através de Jesus Cristo.

Assim sendo, como prometido no último post, segue abaixo e nos nossos links preferidos ao lado, a publicação de meu TCC na internet.

Crêio que servirá para no mínimo refletirmos sobre nossa espiritualidade a partir da missão de Jesus enquanto esteve como homem aqui na terra; e qual missão de fato deixou para nós.

http://www.scribd.com/doc/3166932/livre-arbitrio-e-espiritualidade

15 abril, 2008

Mentalidade Legalista

Estava pensando nesses últimos dias cá com meus botões, como nós seres humanos somos propensos a nos imaginar na cadeira de um juiz – sempre julgando tudo que ocorre ao nosso redor.

Principalmente no aspecto relacional com as pessoas com as quais convivemos.

Somos ávidos em criar leis que nos protejam e incriminem as pessoas.

O problema não são as leis em si. Mas nossa mentalidade pecadora. Que nos torna nas palavras do teólogo Ariovaldo Ramos, (um dos grandes mestres de teologia que já tive), um bandido. Isto é, fora do caráter de Cristo, nos tornamos verdadeiros marginais a serviço do inferno. Praticamos todas as mazelas possíveis contra o próximo nos nossos pensamentos e até atitudes se estivermos fora da Graça Especial de Cristo.

O pior que é exatamente muitas vezes no contexto eclesiástico que experimentamos esta realidade.

Queremos legislar em favor de Deus. Criamos "códigos de ética" como forma de defender o reino dEle.

Tornamo-nos uma espécie de zelotes de Deus. Os zelotes nos tempos de antes, durante e até depois de Cristo, eram um grupo de fariseus ultra-rigorosos quanto ao cumprimento da lei mosaica e dos costumes da tradição judaica. Eram obcecados pela lei. Jesus chamou os fariseus de raça de víboras. Pois eram dissimulados; se escondiam atrás da cortina da lei e buscavam justiça própria. Por isso eram hipócritas.

Parecem representar muito bem o que somos, quando buscamos ser a própria fonte da verdade e justiça. Com isto nos achamos no direito de nos julgarmos superiores a quem não segue nossos códigos de ética, e o acusamos e até mesmo o condenamos por não comungar ou pactuar da conduta que adotamos com base em nossa "legislação".

É dentro deste contexto que vejo surgir as mentalidades mais implacavelmente legalistas. Gerando um paradoxo que distancia o homem cada vez mais do verdadeiro cristianismo.

A despeito desse assunto, a propósito, brevemente publicarei o meu TCC (trabalho de conclusão de curso), aqui no blog. O tema do mesmo é: "Livre-Arbítrio e Espiritualidade – Uma Perspectiva da Missão Integral na Origem e Queda do Homem". Acredito que dentro deste contexto será muito relevante para nossa reflexão em torno de uma verdadeira espiritualidade cristã.

13 março, 2008

Uma Espiritualidade Dicotomista

Quero apenas neste primeiro momento introduzir um assunto que para mim, atualmente, após ter assumido o ministério pastoral, começo a perceber por um prisma mais específico do ponto de vista teológico-pastoral e com mais nitidez um grave problema de espiritualidade no meio dos redutos evangélicos. Pelo que percebo existe uma grave rachadura na construção e visão teológica quanto à práxis da espiritualidade de muitas denominações chamadas de "Igrejas".

Qual seria essa rachadura?


Inicialmente gostaria de chamá-la de "Espiritualidade Dicotomista". Aí vem a pergunta: por que dicotomista?


Poderia chamá-la por outro nome como "espiritualidade dualista", "Espiritualidade ambígua", etc. No entanto, a chamo de dicotomista por entender que atualmente no meio dessas "Igrejas" existe no mínimo um grande equívoco entre a visão eclesiológica e cristológica. Que embora apesar de soarem parecidas, são palavras com significados bem distintos. E o resultado dessa confusão, é que salvo raras exceções, a maioria vive hoje num grande conflito entre ser verdadeiramente cristão ou apenas seguidor de uma determinada denominação.


Por que apenas seguidor de uma determinada denominação? Explico:


Antes de tudo quero esclarecer que não tenho o objetivo aqui de me opor a nenhuma denominação. Até porque pertenço a uma na qual congrego e ajudo a pastorear. Meu único objetivo aqui é pensar junto com você em qual tipo de espiritualidade estamos vivendo no seio de nossas congregações ou denominações cristãs.


Agora voltando e respondendo a pergunta anterior: "Por que apenas ser seguidor de uma determinada denominação?"


É que de acordo com o modus operandi de cada uma delas corre-se um sério risco de inverterem-se valores em nome de Jesus. Por exemplo: a tradição de certa denominação pode ser mais enfatizada e reivindicada em suas reuniões do que mesmo a Bíblia Sagrada.


Claro que isso nunca é admitido. Mas o que se esconde atrás de certos sermões muitas vezes é uma posição mais ideológica e dogmática quanto à "espiritualidade cristã" do que sua práxis.


Na prática são discursos tão hipócritas, que se os fariseus estivessem aqui e os ouvissem teriam inveja.


Porque o fundo disso tudo se baseia às vezes num pretenso moralismo. Queremos pregar um moralismo que se baseia em um "R.I" (não sou contra regimento interno desde que o mesmo esteja de acordo com os princípios cristãos.), e pra isso usamos todos os argumentos possíveis. Inclusive com base até em versículos bíblicos, (geralmente usando textos fora de contexto).


O que quero dizer com isso para concluir esse breve post é que não podemos forjar uma espiritualidade fora da realidade do caráter de Cristo.


Amamos ou odiamos. Somos crentes ou incrédulos. Não dá pra ser meio termo.


E mais...


O pior é que ao negarmos esta sombria realidade acabamos "dicotomizando"no nosso dia-a-dia o tempo todo entre o que é material e espiritual; carnal e espiritual; homem mundano e homem espiritual; meu Deus! Quanta hipocrisia! Ou seria cegueira mesmo?!


É por isso que um monte de gente pra agradar seus pastores obedecem a tradição passada por estes cabalmente. Nem que estas tais por "trás" de seus pastores sejam outros tipos de pessoas com aspirações completamente opostas ao que fingem obedecer diante dos mesmos.


Não quero ser moralista, pois nem que quisesse com todo o meu pretenso senso de justiça humana ainda seria imoral diante de Deus.


Apenas entendo que nossa espiritualidade deve ser seguida no padrão que Cristo nos oferece. Ou seja: embasada numa comunhão intensa com Ele em todas as circunstâncias de vida. Fora disso como diria Bonhoeffer "é viver um espiritualidade abstrata". Em outras palavras: é viver uma falsa espiritualidade que nos levará ao inferno do mesmo jeito ou pior do que os que ainda não provaram do Evangelho de Cristo.


Portanto, só Jesus nos traz a uma realidade sem dicotomias e nos faz justos sim; mas pela Sua justiça, não por nossas sórdidas pretensões de alcançar algum tipo de espiritualidade a luz de nossas obras. Mas pela obra perfeita de Cristo na Cruz do Calvário. Através desta obra, sim; conseguimos pela Sua Maravilhosa Graça viver num mundo reconciliado com Ele. Vivendo uma espiritualidade una, sem ambigüidades entre mundano e mundo, por exemplo; ou material e espiritual.


Por que em Jesus somos seres integrais numa realidade integral proporcionada por Ele.


Só a Deus toda Glória.

24 fevereiro, 2008

VOLTANDO À ATIVA!


Depois de um período um tanto inativo neste blog, estamos agora de volta querendo Deus com força total.
Realmente não foi e ainda continua não sendo fácil para nós este período pós-seminário. Depois de quatro anos respirando um ambiente acadêmico praticamente o tempo todo, agora estamos de volta a vida "normal".

De quebra, mudamos para um lugar bem distante onde estávamos em SP. Deus realmente nos surpreendeu em tudo. Estamos agora morando na região metropolitana de Fortaleza-Ce - um lugar desafiador para nós. Pois estamos numa região que em termos gerais (incluindo o espiritual é claro), eu diria que é quase "inóspita".
Entretanto, não obstante estarmos inseridos agora nesta realidade, temos também uma rica oportunidade de "teologarmos" a práxis da teologia integral.

E isto para nós é como uma mola propulsora para o nosso desenvolvimento teológico-ministerial. Temos esta oportunidade como um período de pós-graduação prática do que aprendemos teoricamente durante o período de quatro anos de seminário interno.

Apesar que considero esses quatro anos como quarenta. Devido a intensidade de situações e circunstâncias diversas que vivemos durante este período dentro de um seminário. E isto envolve desde o aspecto relacional-humano às situações tidas como teorias teológicas a partir da sala de aula; que de um certo modo nos dão uma "sensação empírica" do que aprendemos a desenvolver dentro de nossa teologia.

Contudo, apesar destas experiências nos sentimos hoje paradoxalmente em face as realidades do contidiano da vida, menores do que quando entramos no seminário.

Isto nos faz a cada dia aprendermos a valorizar, a agradecer e a depender da Maravilhosa Graça de Deus em Jesus que nos dá todo o sentido e motivação para continuarmos crescendo no Seu conhecimento.

É com esta perspectiva que desejamos iniciar o nosso trabalho de compartilhar e interagir nossos pensamentos teológicos com base em tudo que vivemos e iremos viver ao longo deste ano de 2008 através deste blog.


À Deus toda Glória.

14 janeiro, 2008

BREVE ESTAREMOS DE VOLTA PRA VALER! AGUARDE!

Olá nossos queridos leitores e blogueiros em geral!

Comunicamos a todos que devido estarmos num período pós-seminário e portanto num período de transição em nossas vidas, temos estado um pouco ausentes deste blog. Estamos naquela correria de mundança de Estado.....atuações ministerias e por aí vai......mas muito em breve tudo voltará ao normal e estaremos postando sempre por aqui!!

Feliz 2008 a todos!!! E que Deus nos abençôe RICAMENTE neste ano!!