14 abril, 2007

Quando Deus te Desenhou Ele Estava Namorando? III

Em princípio quero destacar duas coisas:

A primeira é que o compositor Armandinho nada tem haver com com as elucubrações de alguém por conta de sua composição.

A segunda é que sua música foi composta sob influência romancista direcionada a uma relação humana e não transcendente.

É claro que o fato dele mencionar Deus como um desenhista não quer dizer necessariamente que está fazendo referência ao ato singular da criação do homem. A tônica da música parece remeter a um aspecto poemático que através de figuras de linguagens metafóricas, ilustra o sentimento de uma paixão e admiração pela figura do objeto do amor projetada numa pessoa.
Deus na música de Armandinho não passa de um coadjuvante do roteiro de uma peça musical onde o protagonista é a pessoa amada, objeto do amor e admiração por seu venerante, intepretado com fins românticos de um relacionamento a dois.
Entretanto, o tal "pastor" fez questão de ressaltar que é verdade. Deus estava namorando com Ele mesmo quando criou o homem! Pois Ele é amor.
Realmente de certo modo faz sentido. Deus é amor!
O problema aqui é interpretar esta letra sob um foco que não foi proposta para tanto. E o pior:
tentar explicar um amor, que diga-se de passagem, a partir do prisma humano, pecador e portanto totalmente limitado.

Por mais que este "pastor" tentasse extrair algum atropomorfismo desta letra, não funcionaria. Como uma criatura imporia algo na contra-mão de seu criador? É absurdamente ilógico e no mínimo uma arrogante tentativa de ser Deus.

O verdadeiro amor jamais poderá ser dissecado por um homem comum. Pois no dia que isso acontecer Deus deixará de ser Deus. Não obstante, ao fato dEle ser o próprio Amor e o Amor real ser Ele, só existiu e só existe um homem capaz de dissecar este amor - Jesus. Fora disso são apenas meras palavras tolas e vãs.

Interessante foi que no início como parte introdutória de seu sermão, este tal "pastor"conclamou a audiência presente a cantar esta música e que esquecesse o coração religioso que é como um "enfarto", segundo ele, para o espírito; e abrisse a alma.
Ele esqueceu que originalmente Deus plantou no homem a capacidade de relacionar-se com Ele. Após a queda pelo pecado aquela ligação direta foi cortada; restou apenas a "tomada". Esta "tomada" hoje é a característica natural do homem de querer ou de ter o fascínio pelo divino. Ela eu chamo de religiosidade humana. A mesma está plantada no coração do homem e a ligação direta (perdida na queda de Adão) foi recuperada em Cristo Jesus (o segundo Adão).
Portanto este papo de esquecer o coração religioso, parece para mim uma espécie de tentativa de emancipação espiritual, vivendo a uma revelia do que Deus estabeleceu.
Esse é lamentavelmente o retrato da apostasia (abandono da fé cristã) dos últimos tempos!

O Amor não se explica. O amor se pratica.

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