26 agosto, 2007

Evangelho Socialista na Busca da Reecarnação

Não se assuste. Mas não me contive nesta semana em ouvir num certo reduto acadêmico teológico sobre justiça social versus reino de Deus. Em síntese, (com base na máxima de Karl Marx quando disse: “A religião é o ópio do povo”), no sentido de que essa frase foi proferida num contexto social injusto, ou seja, enquanto os ricos viviam em vida abastada, os pobres passavam necessidade (num período de turbulência econômica a partir da Inglaterra), e com sua religião diziam: “nossa pátria não é aqui, mas no céu”. Contentavam-se com seu ínfimo soldo, mesmo sofrendo uma marginalização pela sociedade burguesa fazendo-os passar necessidades.

Obviamente que isto no sentido sociopolítico é discrepante. São extremos completamente danosos entre sí. De um lado uma sociedade burguesa que se beneficia em cima da pobreza e miséria de um povo. Do outro lado uma sociedade pobre sem perspectiva de vida, que é dominada e na maioria das vezes manipulada, refém de uma situação que não os dá direito a benefício algum.

O problema é quando se invertem os valores.
Quando se busca levar o evangelho social em troca de méritos ou mesmo buscar expandir o evangelho social como que a cumprir apenas uma obrigação no sentido taxativo da palavra; só porque Jesus mandou ir e pregar o evangelho - é apenas uma tentativa reencarnacionista de com isso "lucrar" espiritualmente no futuro.

Quero deixar claro que sou muito a favor de projetos sociais realizados através de ONG`s espalhadas por todo o país.

O que não posso concordar é na confusão interpretativa que alguns estão fazendo do evangelho de Cristo. Como se ao pregar o evangelho só valesse se o mesmo tiver um cunho socialista. Ou seja: vamos fazer o bem o máximo possível para que todos tenham igualdade social.

Ora, a teologia da libertação tentou e ainda hoje tenta fazer isso, mas até o próprio Papa quando veio ao Brasil disse: "a teologia da libertação foi um erro para a América Latina". O grande erro ao meu ver é buscar o social pelo social apenas.

O valor prioritário no contexto do Evangelho de Cristo é o amor genuinamente cristão.

Quando se ama de fato com o amor cristão, não se busca justiça social com ferramentas humanistas. Mas se busca pregar e expandir um Evangelho centrado em Cristo; as obras sociais serão consequência deste amor desenvolvido no homem.
O inverso disso será meramente uma busca meritória humana através de um evangelicalismo social que no fim é evangelho por que é socialista, não "socialista" porque é evangelho.

Traduzindo: A autenticidade do evangelho de Cristo lamentavelmente passa pelo crivo do "evangelho social", se não, não é evangelho.

É por isso que digo:
"Sei não! Esse negócio tá mais parecido com um tipo de doutrina da reencarnação, do que prática do autêntico evangelho de Cristo".

13 agosto, 2007

ESCONDIDO NA CAVERNA


Depois de alguns dias em silêncio resolvi abrir meu coração:

Desde o mês de junho não tenho postado praticamente nada por aqui. O motivo ou a razão desse sumisso deve-se além do corre-corre de fim de curso (incluindo TCC, formatura, ensaios monográficos, etc.), a um só fator - "sentimento de caos espiritual na Igreja brasileira".

Passei exatos 66 dias em silêncio aqui no blog. E olha que o último post foi postado on-line em um fórum de ciência bíblicas direto do Museu da Bíblia em São Paulo. Até aquele momento tinha motivos para continuar postando. E o principal deles são alguns dos leitores assíduos desse blog. A propósito, quero pedir a todos que sempre estão aqui lendo as postagens, notícias, artigos, enfim, que me perdoem pela ausência.

Entretanto, quando falo que a razão principal da minha ausência é devido ao "sentimento de caos espiritual na igreja", sinceramente me incluo neste bojo. Sim, por que não?

Não sou nenhum super-homem e nem muito menos o dono da verdade!

Trocando em miúdos, o fato é que nesses últimos dias ao deparar-me com alguns percalços relacionados a estrutura teológica, eclesiológica e sobretudo a partir dos pilares espirituais do "cristianismo moderno"e que já é atualmente chamado de pós-cristianismo, tendente a uma secularização cada vez mais acintosa; fez-me pelo menos por uns dias, esconder-me na "caverna". Até me senti um "Elias". Lembra dele?

Depois de vencer os 450 profetas de baal, achou por um instante que estava sozinho na batalha contra o mal. Entrou em crise e caminhando pelo deserto resolveu se esconder na caverna. Foi aí que Deus mandou dizer que ele não estava sozinho, pois haviam 7.000 que não tinham se dobrado a baal. (I Reis 18.20-40/20.14-18)

Pois é. Assim como Elias, pelo menos no que se refere a se sentir só nessa batalha, confesso que quase, por uma atitude de pura resignação, resolvi se isolar na "minha caverna".

Mas qual foi a minha surpresa, nos últimos dez dias e mais precisamente no último sábado (11/08/2007), tive uma experiência singular que motivou-me hoje a voltar a postar neste blog:

Estive em uma Igreja muito simples. Porém estupenda em unidade fraterna e espiritual entre os presentes naquela noite. Foi algo inesquecível! Senti como a muito tempo não sentia um verdadeiro aconchego de Deus expressado desde a teologia, liturgia e eclesiologia. Formando um conjunto harmonioso, que de forma simples, mas pura e sincera transmitiu os oráculos de Deus através de Jesus aos seus eleitos reunidos naquele dia, naquela Igreja (simples), mas rica em conteúdo efetivo do Reino de Deus.

Ahh! descobri naquele dia que não estou só. Deus comunicava ao meu coração naquele instante que dezenas, centenas e milhares espalhados pelo Brasil, ainda não se dobraram a este evangelicalismo chamado de "pós-cristianismo", ou "cristianismo moderno"; como queira chamar. Por isso agora posso falar de alto e bom som: Aleluia! Eu não estou só! Já saí da caverna!