24 dezembro, 2008

Flagrante de um Natal Contraditório

Poderia falar aqui que o natal é festa pagã, que 25 de dezembro não é historicamente uma data precisa do nascimento de Cristo, que a árvore de natal é produto de uma invencionice idólatra do passado, que o papai Noel tem origem em crendices que vão desde a uma lenda do bom velhinho, seu trenó e suas renas, a relatos de que tudo isto surgiu na figura real de um antigo frade da Igreja Católica apostólica romana canonizado como São Nicolau e...etc...etc...etc.

Mas para este post isso não vem ao caso.


O que me chamou a atenção foi um flagrante que fiz hoje ao chegar aqui em Santa Catarina. Na verdade vim passar o natal e reveillon aqui com minha esposa e tentar descansar um pouco, depois de um ano (2008) bastante corrido, e como ninguém é de ferro estamos dando uma pequena trégua nos nossos compromissos e trabalhos.


Bom, mas voltando ao flagrante, ontem conversando sobre o natal com um pessoal de certa denominação evangélica pentecostal e tradicional aqui de Santa Catarina, falaram-me de certa família tradicional nesta tal Igreja local que, diga-se de passagem, é rigorosa em usos e costumes; e que neste natal enfeitaram a frente de sua casa com o papai Noel. Achei que fosse algo discreto, o que mesmo assim não deixaria de ser uma flagrante contradição da práxis do evangelho, já que papai Noel e Jesus são incongruentes; é como se fossem água e óleo – são incompatíveis.


Mas qual foi a minha surpresa, ao passarmos em frente a esta casa que ficava na direção do lugar que íamos, pude constatar in locu algo muito mais preocupante:


Ali os meus olhos contemplaram uma realidade espiritual sintetizada numa "expressão natalina" que não condiz com o verdadeiro motivo do natal – que é a comemoração do nascimento do nosso salvador Jesus.


O que pude ver foi a fachada de uma casa com vários papais noéis de diversos tamanhos. E o pior: nesta casa que vocês podem ver na foto que fiz questão de registrar para o blog, mora uma família de membros da referida Igreja pentecostal, tradicional e rigorosa em usos e costumes.


A pergunta que faço é a seguinte:


Qual é essencialmente o maior símbolo do natal (tirando os aspectos mercadológicos da data) para quem é cristão?


Mas o que me preocupa mais não é a resposta desta pergunta. É o tipo de espiritualidade expressada em atitudes como esta, representada na foto publicada neste post.


É por isso que hoje comentava para um grupo de pessoas cristãs o seguinte:


Estamos vivendo cada vez mais a "espiritualidade do templo". Onde Jesus está lá no templo (prédio da igreja) chamado de santuário ou igreja e que só me encontro com Ele lá geralmente aos domingos ou em outros dias que tenha algum tipo de programação. Fora dele posso ser inclusive idólatra ou no mínimo irresponsável quanto a adorar Jesus e expressá-lo, a começar de minha casa.


E fiz uma pergunta a eles que aproveito para tornar explícitas outras que estão implícitas a ela; e perguntei:


Será se vocês seriam capazes de colocar um papai Noel na frente do templo de sua igreja evangélica?


Seria isso uma profanação, não? E por que só na minha casa posso fazer isso, ou seja, lá só porque não é um templo não é também profanação? Que contradição é esta? Afinal o templo de adoração a Jesus está apenas no endereço do prédio onde se congrega a sua Igreja ou no seu próprio ser?


[sem comentários]


Para mim este flagrante "natalino" prova o quanto muitos estão vivendo uma lamentável contradição espiritual de inversão de valores.


Portanto aproveito para nesta data onde o mundo pára em torno dela, desejar a todos os leitores deste blog um verdadeiro natal de adoração. Não ao papai Noel e nem ao menino Jesus; mas um natal onde possamos festejar o início da concretização da missão redentora do homem Jesus que começou com o Seu nascimento e culminou com a Sua morte e ressurreição. Conquistando com isto a vitória completa sobre o pecado e satanás, dano-nos hoje o privilégio de usufruirmos da sua Graça e Misericórdia.


Um Feliz natal cristocêntrico!

Só a Deus toda a Glória!

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