23 julho, 2008

O Perigo da Tradição Engessada!

Nesses últimos dias tenho refletido bastante sobre alguns pontos do nosso dia-a-dia evangélico.

Sem querer fazer aqui juízo de valor de forma generalizada, observo que muitos dos chamados nominalmente "evangélicos" carregam uma tendência moralista muito séria.

Obviamente que quando estou falando de moralismo, refiro-me a alguém que busca uma moralidade com base na "sua própria justiça".

Estas pessoas muitas vezes carregam esse virtual moralismo desde a infância imbutido nas tradições de seus antepassados.

O problema algumas vezes não reside propriamente na tradição em si, (que por sinal existem muitas tradições boas). Mas no engessamento dela em detrimento a uma realidade potencialmente dinâmica e progressiva. Ou seja: em outras palavras, seria buscar viver num século 21 como se estivesse no século XVIII. É como se faltasse a semântica dessa tradição.

Mas o problema maior ainda não é isto.

O cerne do problema consiste em que esses "evangélicos" vivem um tipo de espiritualidade que não é autêntica e nem tão pouco real. Pois vivem e apoiam sua "espiritualidade" numa tradição para depois usar como "pano de fundo" Jesus. Quer dizer: uma infeliz inversão de valores sem tamanho.

Por conseguinte, tornam sua espiritualidade num tipo virtual, sem efeito real por está atrelada a uma tradição que com o passar do tempo tornou-se engessada. Isso por tentar resistir ao tempo e a dinâmica da história.

Na realidade ninguém admite isso. Talvez você ao ler este post nem concordará comigo. Isto eu diria que é mais ou menos como aqueles problemas psíquicos que ninguém nunca aceita que tem. Só quando um dia se vai a um psicanalista e ele dá o diagnóstico real do problema; é quando só depois disso "a ficha cai".

Pegando o gancho do post anterior não seria isto um "pecado virtuoso"? Pois não queremos admitir que cultuamos nossas tradições, embora não abrimos mão dela em uma só vírgula?

Parece que é melhor engessarmos Jesus nela como se fosse uma moldura; do que ao contrário disto, que seria dá liberdade a Jesus para Ele dá vida a tradição.

Deste modo, muitos "evangélicos" vivem similarmente como muitos "católicos apostólicos romanos" que não abrem mão de seu culto a "a sagrada tradição da Igreja". Por consequência, vivem com seus pretensos discursos moralistas em nome de um Jesus que não conseguem segui-lo e nem muito menos vive-lo, gerando um modo religioso hipócrita como se fosse o caminho da salvação.

voltarei depois com mais...

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