03 março, 2007

A Saga do Cachorro e a Carne na Vida Real

Foi chocante e inusitada a cena que assisti quinta-feira 1º de março, em pleno centro de Arujá-SP.

Vinha andando tranquilamente quando surpreendentemente me deparo com um grupo de pessoas ao redor de um cachorro de porte grande. Parecia de raça, e do lado um pedaço de carne de hamburguer. O detalhe é que todos estavam num misto de revolta e espanto por terem presenciado o cachorro acabar de comer aquela carne de hamburguer, e em questão de um minuto tombar no chão sem vida.

Um senhor do meu lado protestava:
- Isso é um absurdo! Como pode uma pessoa ser tão má e colocar veneno propositalmente na carne pra matar o pobre animal!!
Outra senhora resmungava e praguejava do outro lado:
- Coitado do bichinho.....quem fez isso merece morrer comido de bichos!!!

Só que enquanto isso fiquei a pensar em tudo que havia escrito no último post sobre a conspiração da carne. Lembram que iniciei contando uma alegórica história de um cachorro de rua? Pois é... foi exatamente o que acabara de presenciar e até vivenciar.

Nas minhas elucubrações passei a me imaginar no lugar daquele cão. Pensei:

- É... ontem narrei uma história alegórica; hoje vivo esta história in locun; acabo de flagrar esta cena na vida real. Mas se eu tivesse no lugar daquele cão institivamente talvez faria o mesmo. Comeria aquela carne sem pensar duas vezes. Ah! mas eu não sou nenhum cão; por isso......

É, mas quem disse que isso não pode acontecer conosco?!

A tal da carne sempre conspira contra nós. Esta cena me levou a refletir sobre o nosso estado natural de homem (raça adãmica). Convivemos com este incômodo o tempo inteiro. É o fascínio por nós mesmo. É a autocentralização que faz de nós tão donos da situação, que diante de uma circunstância que por parecer tão inofensiva, pensamos lidar com ela sem medo de errar. O problema reside exatamente naquele ponto onde menos valorizamos ou menosprezamos; que estão as vezes perto de nós ou ao nosso redor e não paramos para avaliarmos nosso grau de vigilância quanto o que parece improvável.

Entretanto, é necessário sobretudo estarmos cheios do Espírito Santo para com discernimento vigiarmos e vencermos todas as tentações que nos cercam.

Por que parei para refletir sobre tudo isso? - Por entender que não adianta homem (raça adãmica) nenhum, por mais espiritual que seja, subestimar seu estado decaído, o que é representado na Bíblia pela carne.

Muitos que outrora se achavam super-homens, e muitos deles e delas que eram exemplos de espiritualidade, foram surpreendidos numa conspiração carnal e caíram numa armadilha fatal para seus ministérios. Estes foram envolvidos na maioria das vezes em escândalos de consequências incalculáveis.

Portanto, baseado nesta saga do cachorro, prefiro ficar um "pé atrás" o tempo todo comigo mesmo (com a minha carne), e admitir que não sou um super-homem por mim mesmo. Mas em Cristo Jesus (parafraseando o Apóstolo Paulo), sou mais que vencedor, pois Ele sim é o meu "super-homem"!

Nenhum comentário: