12 março, 2007

Sacerdócio, não Pastorado Universal


" Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; "
I Pedro 2.9

Há uma grande diferença interpretativa no que consiste exercer o sacerdócio real por meio de Cristo para efeito da salvação, e exercer o ministério pastoral para efeito de cuidar e orientar (apascentar) uma Igreja local (rebanho) cumprindo uma missão específica de um chamado ministerial também específico.

Evidentemente que nesse texto além da salvação quando diz: "...a fim de proclamardes..."; verificamos que todos os que experienciaram a Graça Especial, isto é, todos crentes salvos, são chamados também a dar um feliz testemunho dos atos salvíficos de Deus. Porém, estes atos são consequentes de uma vida de plena comunhão com Jesus via Espírito Santo. Não podemos cair nessa de forçar o texto a falar o que não diz, mesmo no próprio grego, que diga-se de passagem, é evidenciado o sacerdócio na proclamação dessas virtudes (vida espiritual excelente) como sacrifícios espirituais agradáveis a Deus. Isto até nos remete ao texto de Paulo aos Gálatas (5.22), sobre os frutos do Espírito, numa expressão do caráter de Deus através de uma vida verdadeiramente cristã. Mas isto é uma outra história.
O que ocorre hoje em meio a alguns teólogos e pastores (as), é de se apropriarem de um texto sem o seu devido contexto e aplicarem de forma confusa e sem base, em defesa do ministério pastoral feminino e da "democratização" do ministério pastoral, ou seja, segundo estes tais, não faz-se necessário está debaixo de uma ordenação ou submissão a alguma autoridade pastoral, para se autoproclamar pastor e fundar a sua igreja.

É preciso muito cuidado ao analisarmos este texto da 1ª epistola de Pedro.

Antes devemos observar o termo que Pedro se refere: raça eleita. Isto nos remete inexoravelmente ao povo de Israel, que fracassou na sua missão de reconhecer o verdadeiro Salvador da humanidade - Jesus. No entanto, Deus por meio de Jesus Cristo escolheu (elegeu) um povo para ser salvo e governado através do comando real e sacerdotal de seu Filho. Que agora pela Sua Graça e Misericórdia dá uma nova oportunidade para o homem reconhecer pela fé, independentemente da sua linhagem racial, o Senhorio de Jesus em sua vida. Uma vez havendo este reconhecimento, passado o processo do novo nascimento em Jesus, este homem está ápto ao Reino de Deus, fazendo parte da Igreja de Cristo, sendo portanto raça eleita. Ou seja: passa a ser uma extensão de Israel no sentido espiritual("..nação santa..") em Jesus. Estas prerrogativas une o homem através de Cristo na figura vétero testamentária do sacerdote e ao mesmo tempo rei; pois Cristo é Rei e Sumo Sacerdote (Hb 7.20) de sua Igreja ("Israel de Deus").
Perceba que em nenhum momento vendo sob uma perspectiva mais contextual, podemos nos precipitar e pressupormos fatos que a idéia geral do texto não nos revela de forma clara e precisa sobre o ministério pastoral ou eclesiástico, já que o título à luz do NT não interessa, e sim a função.

Portanto, este argumento de que todos (inclusive mulheres) são via sacerdócio universal áptos a exercerem o ministério pastoral, é inconsistente. Sendo deste modo no mínimo forçada, a interpretação a partir deste foco.

Naturalmente que o ministério pastoral, é pela perspectiva do chamado Soberano e específico de Deus sob as bençãos da unção do Espírito Santo através de homens já investidos com esta autoridade aqui na terra. Para entendermos melhor, basta ler as sete cartas escritas por João reveladas por Jesus para as sete Igrejas da Ásia em Apocalipse. É só ler à partir do capítulo 2. Mas por enquanto não cabe aqui comentários.

Nenhum comentário: