06 março, 2007

Aconselhamento Pós-moderno

Estávamos hoje num debate acadêmico em torno de como se aconselhar a nível pastoral em pleno século 21.

Chamou-me a atenção na abordagem do assunto algumas nuanças relacionadas ao pastor e o aconselhando.

Uma delas é a técnica. A outra é a vivência e por último o Espírito Santo.

Assustou-se? Eu também. Mas infelizmente esta é a ordem realçada nas mesas de debates sobre aconselhamento cristão.

Isto muito me preocupa. Pois em detrimento ao agir e o mover de Deus através de uma conversa ou aconselhamento regados por uma estreita comunhão com Deus, enfatiza-se a técnica buscando simplesmente através da psicologia descobrir traços defeitusos de uma personalidade. Para daí por diante desenvolver um diagnóstico técnico e lógico sobre os tais defeitos.

A Bíblia? Ah tá! Mas a Bíblia.... serve como subsídio apenas. Na verdade um auxílio, caso Freud não se encaixe na ajuda direcionada ao aconselhando.

Os tipos pastores pós-modernos que estão adotando esta prática, estão se tornando apenas meros terapeutas que no fim só receitam paleativos. Pois o Espírito Santo, que é vital para resolver qualquer tipo de assunto no homem de forma concreta, é deixado em segundo plano.

Aliás, segundo plano só se for virtualmente, pois na realidade Ele jamais tolera dividir seu poder e glória com outrem. "Tão querendo que Freud faça parceria com o Espírito Santo"......é brincadeira!

Não quero dizer aqui que a psicologia não seja uma ferramenta útil. O problema é inverter o seu valor.

Portanto, defendo e sempre defenderei que o verdadeiro cristianismo e seus particulares modos de lidar com o ser humano é embasado na Bíblia, não em Freud ou em terapias orientadas.

Basta observar o exemplo maior da Bíblia que foi o próprio Jesus. Quando João(Cap 8) narra o episódio daquela mulher adúltera, ameaçada de morte pelos fariseus; imagine o estado emocional dela; quando ficou só com Jesus, após Ele ter confrontado a conciência dos fariseus legalistas, disse a ela:
- mulher cadê os teus acusadores? Ninguém te condenou?
Imagino logo em seguida aquele silêncio sepulcral e reflexivo, e depois ela responde:
- Ninguém Senhor!
Ele sabiamente então diz:
- Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.
Jesus como um conselheiro pós-moderno, poderia antes dizer:
- Minha filha, fale que eu te escuto! Fale da sua vida, dos seus sentimentos, como foi sua infância e relacionamento com seus pais...

Felizmente Jesus não é um tipo pós-moderno, por isso preferiu ser simples sem ser simplista, objetivo e acima de tudo sábio. Sua resposta foi mais que uma simples resposta; foi perscrutadora e transformadora!

Se os pastores pós-modernos não abrirem os olhos para esta realidade e reverem seus conceitos quanto ao verdadeiro sentido de um aconselhamento, estarão fadados ao fracaço espiritual com um consequente abandono da fé (apostasia) e entregues a operação do erro.

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