01 outubro, 2007

As Ambições pelo Poder Político-Religioso

Num interesse cada vez mais crescente pela institucionalização da Igreja, gerando, portanto, uma conseqüente crise de identidade em meio aos cristãos; muitos líderes de suas respectivas denominações ou "Igrejas locais" estão fazendo do Evangelho de Cristo um trampolim entre suas ambições pessoais e a busca pela conquista do poder político-religioso.

Obviamente que estou falando de uma institucionalização humana, que busca se adequar a padrões individualistas e interesseiros; que expõem o Evangelho de Cristo meramente de fachada.


Pois o interesse por trás disso tudo não é nada mais que uma adequação mercadológica da fé cristã. Ou seja: O mercado financeiro globalizado pressiona gradativamente todas as instituições humanas pelo mundo a fora, cuja essência de seu arcabouço é o capital financeiro.


Por conseguinte, o foco essencial do Evangelho de Cristo passa-se a margem disso tudo, que marginalizado provoca uma verdadeira concorrência "institucional cristã", na qual os líderes e pastores destas instituições tomam uma conotação de diretores-executivos ou gestores e empreendedores. Em detrimento ao verdadeiro conceito de pastor ou liderança cristã à luz da Bíblia.


A Igreja Institucionalizada pelo homem do século XXI está cada vez mais banalizada, secularizada e com cara de "business". Conseguintemente, cada vez mais distante do sentido original da ecclesia de Cristo, onde o povo de Deus é representado no pleno exercício de todas as suas atividades comunitárias, e não apenas em suas organizadas observações religiosas em algum edifício sagrado.


Atualmente a hipocrisia é deslavada e sem escrúpulos no trato do verdadeiro Evangelho de Cristo entre estas tais instituições humanas, chamadas de igreja.


Portanto para não ficar apenas nesses termos, continuando a série de pensamentos do teólogo americano H. Richard Niebuhr, veja só o que ele escreveu sobre o assunto:


"O denominacionalismo é, na Igreja cristã, essa hipocrisia inconfessada. Aceitam levianamente concluios entre o cristianismo e o mundo. Tais concessões são consideradas conquistas cristãs e glorificamos os mártires aí surgidos como portadores da cruz. Representa a acomodação do cristianismo ao sistema de castas da sociedade humana. Introduz na institucionalização do princípio cristão da fraternidade, a soberba e os preconceitos, o privilégio e o prestígio, bem como a humilhação e degradação, as injustiças e as desigualdades, próprias da ordem enganosa de superiores e inferiores na qual pessoas satisfazem seus anseios de vanglória. A divisão das igrejas segue de perto a divisão social em castas de grupos nacionais, raciais e econômicos. Traz a barreira racial para dentro da Igreja de Deus, promove desentendimento, a autoglorificação e o ódio próprio do nacionalista chauvinista, ao alimentar no corpo de Cristo diferenças espúrias oriundas de lealdades provincianas. Faz ricos e pobres sentarem-se separados à mesa do Senhor, onde os afortunados desfrutam de abundância que granjearam enquanto os outros se alimentam das migalhas da sua pobreza." (H. Richard Niebuhr, 1992, p.13)

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